Quem começou no ramo de proteção veicular nos anos 2000 lembra bem: era tudo na unha, com formulário preenchido à caneta e carimbo molhado.
Hoje você fecha uma proteção pelo WhatsApp enquanto toma café. A revolução digital que transformou o Brasil também mudou completamente nosso setor.
Era do protocolo e carimbo
Nos primórdios da proteção veicular brasileira, lá pelos anos 2000, as associações funcionavam igual repartição pública: muito papel, muita burocracia e zero agilidade. A Susep ainda nem regulamenta direito o setor, e cada associação meio que inventava suas próprias regras.
O processo era um sufoco: cliente chegava na sede (porque só funcionava presencialmente), preenchia formulário de duas páginas, entregava monte de xerox, e ainda por cima tinha que voltar outro dia para vistoria. Se morasse no interior? Esquece. Tinha que viajar para a capital só para dar entrada no pedido.
Quando dava problema com o carro, então… Era ir pessoalmente na associação, abrir protocolo físico, aguardar análise que podia levar um mês. Imagina o desespero de quem fica sem carro esse tempo todo.
🔎Leia também: Proteção veicular vale a pena para carros financiados ou quitados?
A internet banda larga mudou tudo
Por volta de 2008, quando a internet banda larga chegou de vez no Brasil, algumas associações mais espertas perceberam que precisavam se mexer. Os primeiros sites eram basicamente mais informativos que funcionais – mas já era um começo.
A grande sacada veio quando perceberam que dava para controlar tudo por sistema. Quem tinha visão investiu nos primeiros CRMs brasileiros, feitos sob medida para proteção veicular. De repente, conseguiam acompanhar pagamentos, histórico de acionamentos e até gerar relatórios automáticos.
Mas ainda era tudo meio travado. Cotação? Calculada na mão. Contrato? Impresso e enviado pelos Correios. Mudança de dados? Só com documento reconhecido em cartório.
🔎Leia também: Proteção veicular vale a pena para carros financiados ou quitados?
WhatsApp: o divisor de águas brasileiro
Se tem uma coisa que é a cara do Brasil é resolver tudo pelo WhatsApp. E o setor de proteção veicular não ficou de fora dessa. Quando as empresas descobriram que podiam enviar cotação, boleto e até fazer atendimento pelo Zap, a coisa desandou (no bom sentido).
Hoje, associações como a Associcar mandam cotação direto no WhatsApp do cliente em menos de 5 minutos. O Power CRM integra com WhatsApp Business e permite acompanhar toda conversa, desde o primeiro contato até o pós-venda.
O brasileiro gosta de praticidade, e nada é mais prático que resolver tudo no app que já usa para conversar com a família.
Vistoria pelo celular: “impossível” que virou realidade
Quando surgiram os primeiros aplicativos de vistoria online, o pessoal mais antigo do setor torcia o nariz: “Como vou confiar numa vistoria que o próprio cara faz?” Mas a necessidade (e a pandemia) mostraram que era possível sim.
O App Visto, por exemplo, guia o cliente passo a passo. Ele vê exatamente onde tirar cada foto, o sistema valida se a imagem está adequada e ainda captura dados do chassi automaticamente. No final, assinado digitalmente igual no banco.
O que parecia gambiarra virou padrão de mercado. Hoje a concessionária faz vistoria online para seguro de zero quilômetro.
PIX e assinatura digital: o combo brasileiro
O PIX revolucionou os pagamentos no Brasil, e a proteção veicular surfou nessa onda. Pagamento de taxa de adesão que antes demorava 3 dias úteis para compensar, agora cai na hora.
🔎Leia também: Proteção veicular vale a pena para carros financiados ou quitados?
Do Sedex ao digital: a papelada que sumiu
Lembra de imprimir contrato, assinar, reconhecer firma no cartório, colocar no Sedex e torcer para não se perder no caminho? Pois é, virou peça de museu.
Hoje tudo é digital: termo de adesão, vistoria, comprovante de residência (que pode ser conta de luz pelo app da concessionária), transferência bancária… O cliente nem precisa sair de casa para contratar proteção completa.
Aplicativos que facilitam a vida brasileira
O brasileiro adora um app que simplifica a vida. No setor de proteção veicular não foi diferente:
App da associação: Boleto, acionamento, documentos, tudo no celular Waze integrado: Para localizar guincho mais próximo WhatsApp Business: Atendimento 24h automatizado PIX: Pagamento instantâneo de taxas e cotas
Desafios tupiniquins
Claro que nem tudo foi moleza na transformação digital brasileira:
Internet instável: Interior ainda sofre com conexão ruim, atrapalhando vistorias online Clientela diversa: Tem gente de 70 anos que mal mexe no celular e jovem de 20 que só aceita tudo digital Golpistas digitais: Com tudo online, aumentaram as tentativas de fraude Concorrência predatória: Qualquer espertinho monta site bonito e se passa por
O que vem por aí
A próxima onda já começou: inteligência artificial para detectar tentativas de fraude, Open Finance para análise automática de risco, Internet das Coisas para monitoramento em tempo real.
Algumas associações brasileiras já testam chatbots que conseguem fazer cotação completa sem intervenção humana. Outras usam geolocalização para enviar guincho automaticamente quando detectam acidentes.
Regulamentação: SUSEP entrando no jogo
Com a Lei Complementar 213/2025, a SUSEP finalmente botou ordem na casa. Isso acelerou ainda mais a digitalização, porque agora tem regras claras sobre como operar.
O futuro? Vai ser ainda mais digital, mais rápido e mais brasileiro.
Porque se tem uma coisa que sabemos fazer bem é transformar tecnologia complicada em algo simples que qualquer um consegue usar.
